O projeto social Veredas promove uma campanha de arrecadação de fundos em prol das comunidades que vivem na Serra da Capivara, no Piauí. Patrimônio Mundial da Unesco, a região de importância histórica abriga uma população vulnerável que, na pandemia, vem enfrentando ainda mais dificuldades, sobrevivendo apenas do auxílio emergencial no valor de R$ 600.

Projeto Veredas/Divulgação.

Organizada por alunos do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, a campanha visa a reverter todo o dinheiro arrecado na compra de cestas básicas, que irão alimentar as famílias da comunidade quilombola Lagoa das Emas, no município de São Raimundo Nonato, na região. No ultimo dia 14, o projeto já conseguiu bater a primeira meta com o festival on-line Piauífest.

live contou com diversas atrações musicais, entre elas Gilberto Gil, Nando Reis, Mônica Salmaso e Tim Bernardes. E conseguiu arrecadar mais de R$ 84 mil. O montante, de acordo com a organização, equivale a 632 cestas básicas. O intuito agora é expandir as ações para outras comunidades da Serra da Capivara.

“Muitos perderam o emprego, então as famílias estão praticamente vivendo do auxílio emergencial. O vírus (da covid-19) chegou na região e não têm centros de saúde bem equipados para apoiar. Eles estão com muito medo. A situação está muito difícil”, descreve a estudante e integrante do projeto Helena Werneck em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. “O Parque Nacional da Serra da Capivara, ainda que não receba um grande fluxo de turistas, tem um número considerável e é a principal fonte de renda da região, mas está fechado. São várias questões que estão se colocando”, acrescenta.

No município de São Raimundo Nonato, há relatos de 334 casos, de acordo com os estudantes. Outras três pessoas já morreram vítimas da covid-19.

O projeto

projeto Veredas nasceu com o intuito de promover o desenvolvimento socioeconômico e a preservação das culturas e tradições. Helena conta que depois de uma excursão à região, em 2017, os estudantes voltaram motivados a ajudar a população local. “A partir disso começamos a arrecadar fundos, organizar ações, e a cada ano o projeto cresce com os alunos que estão chegando ao 9º ano e vão entrando. O projeto vai ganhando força e estamos aí com três anos de atuação com algumas frentes de trabalho”, afirma.

Antes da pandemia, o projeto estava focado na construção de um centro comunitário na Lagoa das Emas, que precisou ser interrompido diante da recomendação de isolamento social. Após o controle da crise sanitária, a ideia é que a ação seja retomada, assim como um outro projeto que vem sendo desenhado para a Comunidade do Zabelê, também na região.

Integrante do projeto Veredas, a estudante Laura Kotscho destaca que todas as demandas são pensadas a partir do contato direto com as lideranças locais, escutando as necessidades individuais de cada comunidade.

“A gente tenta manter contato sempre para ver o que eles precisam e o que querem, não só quais são as nossas ideais. Então é sempre uma troca. O nosso projeto é de mão dupla, mútuo. E isso é importante para a construção dele, muda bastante porque é uma coisa em que elas (as comunidades) também se sentem parte”, afirma.

Você pode conhecer mais o projeto clicando aqui.

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FONTERede Brasil Atual
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