Em busca de um quarto mandato de governador, Wellington Dias (PT) não esquece os desgarrados do MDB, PRB e também do PP. Se pudesse, gostaria de ter todos em seu palanque. Mas, sem perder tal perspectiva, partiu para o foco principal: entrou na campanha em busca da reeleição, e devidamente enlaçado com seus dois companheiros de chapa, Ciro Nogueira (PP) e Marcelo Castro (MDB).

Wellington quer mostrar a força da campanha, que tem vários trunfos. O primeiro, o de ser governo – que cria a possibilidade de acomodar dezenas, centenas de aliados. O segundo, o de contar com a aliança oficial dos dois partidos que, com o PT, fazem a trinca poderosa da política piauiense. Essa demonstração de força ocorreu na sexta-feira em Floriano. Wellington, Ciro e Marcelo estavam juntos, de mãos dadas.

O candidato à recondução ao Karnak quer mostrar força porque isso faz parte da mensagem política. Ninguém quer ficar do lado do perdedor. Mostrar consistência política é fundamental para reafirmar a confiança que ultimamente ficou abalada, sobretudo depois dos desentendimentos advindos do anúncio da chapa majoritária com uma cabeça de chapa pura, com governador e vice do PT.

A formação da chapa deixou sequelas. Sérias sequelas. O PT perdeu o apoio oficial do PRB e PTC e tem a oposição oficiosa de uma boa parte do MDB e até mesmo do PP. Em defesa da articulação governista há o registro histórico indicando que traições partidárias sempre acontecem, muitas vezes empurradas por desavenças locais.

Mas há de se reconhecer que as desvenças parecem ir além das intrigas locais. Luciano Nunes (PSDB) já recebeu apoios explícitos de gente do MDB e PT, assim como muitos medebistas se aproximam de Dr. Pessoa. Um exemplo dessas perdas é Oeiras: lá, o governador não tem o apoio de nenhum dos dois principais grupos políticos. Os Tapety estarão com Dr. Pessoa. E o grupo de B. Sá e do prefeito José Raimundo se encaminham para Luciano Nunes.

Consciente de tais situações, Wellington faz o que melhor sabe fazer: vai para campo fazer campanha. E leva seus dois companheiros de chapa como uma demonstração da força e de uma união que é mais de fachada que real.

MDB ‘está fechado’ com chapa, diz Marcelo

Candidato ao Senado na chapa governista, Marcelo Castro (MDB) diz que seu partido está unido em torno de Wellington, Ciro e do próprio Marcelo. Quando questionado sobre algumas desavenças explícitas – como Themístocles Filho, Mauro Tapety e João Henrique Souza – Marcelo dá a medida do que significa “fechado”.

Segundo o candidato a senador, nunca um partido vai 100%. Daí, a ideia de “fechado” para ele é o apoio de uns 90% do MDB. A medida do apoio dos emedebistas ao governo tem outros números, se for feita por membros da ala descontente do partido. Ainda assim, Marcelo acredita que será suficiente para garantir a vitória da chapa inteira nas eleições de outubro.

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FONTEFenelon Rocha - Cidade Verde
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