A Secretaria Estadual de Cultura (Secult) do Piauí, divulgou o resultado final do Registro do Patrimônio Vivo do Estado, referente ao ano de 2021. O documento faz com que mestres e grupos que atuam em ofícios tradicionais piauienses reconhecidos no Brasil e no mundo, como arte santeira, renda de bilro ou manifestações culturais ligadas à dança, música e literatura de cordel, possam receber aporte financeiro para transmitir seus conhecimentos e experiências e, assim, perpetuar esses ofícios, ajudando a manter viva essa importante tradição para nossa cultura.

“Após a realização de todos os trâmites legais, as pessoas e grupos que foram selecionados irão receber uma bolsa mensal, e em troca elas estarão disponíveis para repassar, de diversas formas, os valores da nossa cultura popular. Esse registro será transcrito em um Livro de Tombo que ficará à disposição pública, e a pessoa passa a receber o título de Patrimônio Vivo do Piauí”, afirma o secretário estadual da Cultura, Fábio Novo.

Créditos: Diário Gaúcho.

Entre tantos nomes, a sanfoneira Sebastiana Torres foi escolhida como PATRIMÔNIO VIVO DO ESTADO DO PIAUÍ.

Conheça a história de Sebastiana Torres

Mais conhecida por levar alegria com a música, a agricultora Maria Sebastiana Torres da Silva, 59 anos, natural do município de São Raimundo Nonato (PI), tem sua trajetória marcada pela superação ao aprender a tocar sozinha uma antiga sanfona aos 6 anos de idade e retomar os estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) com 58 anos de idade.

Sebastiana faz parte de um perfil recorrente na modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ela teve que trabalhar na roça para ajudar no sustento da família e, por isso, em boa parte da vida, não frequentou escola, não sabia ler e nem escrever. Casou-se aos 15 anos de idade, teve nove filhos, é avó de 14 netos e continua a trabalhar como agricultora.

Em 2019, decidiu transformar sua realidade por meio dos estudos. Foi por meio da Educação de Jovens e Adultos, ofertada pela rede estadual de educação no município de São Raimundo Nonato, que o desejo de enxergar o mundo por meio das letras tomou forma ao matricular-se na Unidade Escolar Maria de Castro Ribeiro. Estesinha Marques de Sá Santos (In memória) foi a primeira diretora a incentivá-la a fazer a matrícula.

A agricultora retomou os estudos na etapa III da Educação de Jovens e Adultos, equivalente ao 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, para aprender a ler, a escrever seu nome e no futuro escrever um livro de próprio punho. Atualmente na etapa V (Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano), na sala de aula, Sebastiana é uma aluna inspiradora para aqueles que não puderam estudar na idade esperada diante das dificuldades vividas.

CONFIRA LISTA COMPLETA DA HOMOLAGAÇÃO:

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