Dr. Keny Colares, infectologista do Hospital São José e professor da Universidade de Fortaleza — Foto: Ares Soares / Universidade de Fortaleza.

O processo de recuperação dos pacientes acontece de duas formas, segundo o infectologista Keny Colares, do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), do Estado do Ceará.

A primeira, a “cura clínica”, ocorre quando não há mais sintomas da doença. Já a “cura microbiológica” significa que organismo eliminou totalmente o vírus, algo que pode demorar mais para acontecer. “Isso varia muito de pessoa para pessoa. Aparentemente, os pacientes levam algum tempo eliminando o vírus, principalmente se compararmos casos leves e graves”, explica.

Os casos leves são aqueles que podem permanecer em casa. Normalmente o paciente é orientado a permanecer isolado em um cômodo dentro de casa, sem manter contato com a família. Saindo deste cômodo apenas em caso de necessidade e usando máscara para proteger os demais moradores da residência. Mas nunca saindo de casa. Nestes casos, conforme o infectologista, o mais comum é que o vírus permaneça presente por 14 dias a partir do começo dos sintomas.

“Quando não mais houver sintomas, tiver pelo menos três dias sem febre ou sintomas respiratórios (como tosse), é possível dizer que ele esteja curado. É importante ressaltar que a tosse pode ficar com o paciente por uns dias, mas ela não pode ser forte, nem causar incômodos. E isso para casos leves e com acompanhamento médico”, diz Keny.

O médico explica ainda que a realidade para casos graves é outra. “Cada paciente tem sua própria avaliação médica em casos graves. Alguns levam mais tempo que outros para se recuperar”, disse.Algumas internações levam um dia, outras duas semanas. Alguns pacientes chegam a necessitar de UTI, mas tudo sob o olhar atento da equipe médica que avalia as necessidades de cada paciente.

“A alta hospitalar pode significar apenas que ele não precisa mais de internação. Então ele vai passar a ter o isolamento domiciliar, como ocorre nos casos leves, até eliminar o vírus completamente”, comenta o infectologista.

Casos assintomáticos

Uma questão preocupante são o registro de casos assintomáticos. Ou seja, pessoas que têm o vírus, mas não apresentam sintomas, fazendo com que nem mesmo saibam que estão doentes. “A proporção da quantidade dessas pessoas ainda não é clara. Imagina-se que ela também possa transmitir, mas ainda não se sabe o alcance disso. Esse é um dos motivos que tornam o distanciamento social tão importante. Na verdade, fundamental. Ele dificulta a transmissão, não importa se o transmissor é um caso leve, grave ou assintomático. E mesmo após a cura, todos eles devem seguir essa recomendação”, disse Keny Colares.

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FONTEInformações do Hospital São José (CE)
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