Em público, Jair Bolsonaro (PSL) já fez um afago em Elmano Ferrer (PODE), apontando-o como o representante do Piauí junto a um eventual governo Bolsonaro. Mas os articuladores políticos do candidato do PSL lançam suas redes muito além do senador do Podemos. E a lista inclui até mesmo o nome de Marco Aurélio Sampaio (MDB), que acaba de ser eleito para seu primeiro mandato de deputado federal.

Vale lembrar, Marco Aurélio é filho de Themístocles Filho, um dos mandachuva do MDB no Piauí. Em tese, poderia representar um distanciamento do futuro governo, mas também vale lembrar das diferenças que o governo local do PT acumulou em relação ao presidente da Assembleia. Isso pode aproximar Themístocles e Marco Aurélio de um governo do PSL.

O detalhe é que o primeiro contato do staff “bolsonariano” com Marco Aurélio Sampaio ocorreu através de alguém de alta patente – aqui uma referência não ao militarismo, mas ao poder de fogo junto ao presidenciável: o deputado piauiense recebeu um telefonema do próprio filho de Bolsonaro, conhecido de Marco Aurélio de um curso que fizeram juntos.Desde então eles mantém contatos esporádicos.

Além de Marco Aurélio, os contatos preliminares de aliadosde Bolsonaro já foram feitos com Dra. Marina Santos. Átila Lira é outro alvo dos articuladores, já que o deputado não descarta deixar o PSB em razão de profundas e antigas divergências com a direção nacional. Outro nome que está na lista de possíveis aliados é Júlio César.

Bancada do Piauí ainda sem GPS

Perguntado sobre como antevia a situação política de um possível governo Bolsonaro, um parlamentar federal do Piauí respondeu com uma cursa frase: “Estamos em um voo sem GPS”. A frase diz respeito menos ao país e mais à situação política desse parlamentar. Alguns como ele gostariam de ter proximidade com Bolsonaro. Mas não encontram brechas e, assim, não sabem como chegar. Estão sem GPS.

Talvez haja clareza mesmo quanto a três, que estarão no lado contrário: Rejane Dias (PT), como integrante do PT e mulher de Wellington Dias; Assis Carvalho (PT), na mesma situação política de Rejane; e Marcelo Castro (MDB), autoproclamado “dilmista”. Fábio Abreu (PR) tem praticamente as mesmas convicções de Bolsonaro, mas pede voto para Haddad e quer estar no governo Wellington. Uma incógnita. Flávio Nogueira (PDT) é de um partido oficialmente contrário. E os três representantes do PP (Ciro Nogueira, Iracema Portela e Margarete Coelho) dependem dos rumos do partido – que quer ser Bolsonaro, puxado pelo grupo do Sul do país, que não o de Ciro. Mas o presidente do PP sabe ceder – e pode estar de corpo e alma no governo.

Elmano Ferrer (PODE) já tem o aval do próprio Bolsonaro, assim como Marco Aurélio e Marina Santos dependem só de si. Já Átila Lira e Júlio César  também podem chegar lá sem maiores problemas.

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