General Augusto Heleno: ex-comandante das tropas no Haiti defende ações radicais no Rio de Janeiro. Foto: Band.uol.com

Há uma grande interrogação sobre os rumos da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ou melhor: há muitas interrogações. A primeira delas é quanto à própria atuação das Forças Armadas neste novo cenário, tendo em conta que essas mesmas Forças Armadas já estão no Rio há muito tempo. O que, agora, será feito de diferente? Quais recursos estarão disponíveis? Os de sempre?

O debate sobre os rumos da intervenção ganhou um forte argumento na voz do general da reserva Augusto Heleno. Partidário de medidas radicais, o general coloca três condições básicas para que a ação federal tenha efeito concreta. Sem elas, o fracasso é uma perspectiva bastante provável. Antes de dizer das condições, é bom lembrar quem é o general Augusto Heleno: ele foi Comandante Militar da Amazônia e chefiou a primeira missão da ONU no Haiti, em 2004.

O general é um crítico das políticas de segurança brasileiras desde o governo Lula, sendo alvo inclusive de duras críticas do então presidente. E faz uma relação entre a ação no Rio de Janeiro e a missão que viveu no Haiti. É quando coloca as três condições necessárias, em especial a primeira.

1- Liberdade de ação: para ele, é preciso que o comando de cena (isto é, o comando de uma operação específica, sem esperar o comando geral) tenha liberdade para agir. Nesse caso, ele é claro e faz uma relação com os que ostensivamente portam armas de guerra pelas ruas do Rio: “Bandido armado tem que ser fuzilado”. Afirma que foi assim no Haiti e que essa informação foi disseminada, levando a um comportamento contido por parte dos bandidos. E, indiferente às reações no campo jurídico, o general diz que não pode haver processo contra o autor desse ato.

2- Ampla Mobilidade: é preciso condições para a ação, em especial a mobilidade. Ele adverte para a realidade carioca: não dá para se deslocar pelo Rio de carro, uma cidade de transito caótico. Daí, o interventor tem que ter helicópteros para chegar rápido aos locais de ação.

3- Pessoal qualificado: para ele, o interventor deve contar com pessoal qualificado, mais concretamente pessoal das forças especiais e de fora do Rio de Janeiro. Sem isso, além da baixa qualidade técnica dos agentes da segurança, haverá sempre a possibilidade de vazamento de informação nas operações, reduzindo ou anulando sua eficácia.

As manifestações do general Augusto Heleno mostram o quando é complexa a ´situação, o que complica a tarefa dos interventores. E mostra o quanto de interrogações persistem. Somente o tenpo dirá qual rumo a intervenção tomou, e qual resultado trouxe.

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