Na refrega aberta com o grupo do senador Ciro Nogueira (PP), o governador Wellington Dias (PT) partiu de uma vez por todas para estreitar os espaços do adversário. E a primeira preocupação é manter junto do Karnak alguns dos atuais integrantes do time de Ciro, em especial aqueles com mandato legislativo, que estarão diretamente empenhados nas campanhas de 2022. Pelos cálculos palacianos, Wellington pode manter consigo 4 deputados hoje filiados ao Progressistas: Margarete Coelho, Wilson Brandão, Hélio Isaias e Firmino Paulo.

Para fazer valer essa estratégia, está conversando com cada um – de preferência, pessoalmente, olho no olho. Já esteve com três deles: Hélio Isaias, Wilson Brandão e Firmino Paulo. Em breve terá o tête-à-tête com Margarete Coelho, ainda em fase de isolamento após contrair a Covid-19. Nenhum dos interlocutores fala de ruptura com Ciro. Mas os palacianos estão animados com a possibilidade de pescar apoios importantes nas hostes progressistas, particularmente nesses quatro deputados.

O governador sabe que essa tarefa é muito difícil (alguns diriam impossível) no caso de outros progressistas, como Júlio Arcoverde, Iracema Portella, Lucy Soares, Bessah Filho e Belê Medeiros. Estes deixarão o governo e perderão os cargos que ocupam na estrutura administrativa. Já no caso de Margarete, Wilson, Hélio e Firmino, o primeiro aceno é com a manutenção de todos os postos que têm na administração estadual. Por exemplo, Margarete mantém a irmã Sádia Castro na secretaria de Meio Ambiente.

Essa continuidade no governo está atrelada ao compromisso de seguirem juntos em 2022.

Ciro refirma aliança com governo federal

O senador Ciro Nogueira não é muito de ocupar espaços na mídia nacional. Mas a ruptura com Wellington Dias garantiu ao senador espaços generosos, boa parte gerados a partir de sua iniciativa. Em quase todas as oportunidades, uma mesma mensagem: a aliança com o presidente Jair Bolsonaro. Inclusive foi mais que explícito ao defender o direito de Bolsonaro disputar a reeleição em 2022.

As manifestações de Ciro o vinculam diretamente ao governo central e o colocam como a principal referência da administração federal no Piauí. Isso se traduz em espaço para ação em uma área onde o senador se sente como um peixe dentro d’água: a liberação de verbas. Foi esta capacidade que o fez referência entre os prefeitos desde o governo Dilma, e sobretudo no período Temer. Quer repetir a dose agora, com Bolsonaro.

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FONTEFenelon Rocha - Cidade Verde
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