O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (21) o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. Durante a apresentação dos dados, a diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, considerou os casos registrados no Piauí como um “fenômeno” a se entender. Pelo levantamento, em quatro anos 1.253 pessoas tiraram a própria vida no Estado. Na pesquisa considerada inédita, o suicídio afeta mais idosos e índios. O dado revelou ainda que a existência de CAPs no município reduz em 14% o risco do suicídio.

Por conta dos reincidentes casos, o Ministério da Saúde garante que vai investigar o que está contribuindo para o aumento de suicídio no Piauí.

“É inexplicável. E para nós foi uma surpresa. É um fato para se explorar o que está acontecendo nesse Estado, enquanto o Nordeste é a região do Brasil que tem menor taxa de suicídio. Isso é para a vigilância em saúde investigar o que está acontecendo”, disse a diretora durante entrevista coletiva de apresentação dos dados.

O levantamento é baseado nos casos de suicídio registrados no país entre 2011 e 2015. A pesquisa revela que as mortes por suicídios no Brasil aumentaram 12% nos últimos quatro anos. Em 2015, foram 11.736 notificações enquanto 10.490 registradas em 2011. O estudo é inédito e vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país. O objetivo é traçar uma estratégia para a redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020.

A pesquisa revela que ocorreram 48.204 tentativas de suicídio no Brasil entre 2011 e 2015. Entre os dados, chama atenção que 69% das vítimas foram mulheres. Também é destaque que a taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).

Nos dados analisados por regiões, a região Sul do Brasil é a que mais registrou casos de suicídios. No Rio Grande do Sul estão três das quatro cidades com piores indicadores de suicídio: Forquetinha[ maior taxa no Brasil]. Em segundo lugar, Taipas do Tocantins e o município de Travesseiro. A divisa entre São Paulo e Minas também é área de alto índice de suicídio. O Piauí aparece em 12º no ranking.

  1. SP – 11519
  2. MG – 6864
  3. RS – 5721
  4. PR – 3345
  5. CE – 2957
  6. SC – 2917
  7. BA – 2685
  8. RJ – 2655
  9. GO – 2148
  10. PE – 1688
  11. MA – 1325
  12. PI – 1253
  13. PA – 1231
  14. AM – 1161
  15. MS – 1099
  16. PB – 989
  17. ES – 936
  18. MT – 869
  19. RN – 853
  20. SE – 650
  21. DF – 645
  22. AL – 615
  23. TO – 474
  24. RO – 454
  25. AC – 229
  26. AP – 192
  27. RR – 175

Fatores

O Ministério da Saúde informa que entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.

Com estratégia para diminuir os números, o Ministério da Saúde promete instalar Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) nas áreas consideradas de risco. A partir do dia 30/09, além do Rio do Grande do Sul, o 188, central do Centro de Valorização da Vida (CVV) ficará disponível sem custo de ligação para o Piauí , Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Roraima, Acre, Amapá, Rondônia e Rio de Janeiro.

Deixe seu comentário
COMPARTILHAR