O ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes, rebateu nesta sexta-feira (22) às críticas feitas pelo ex-governador Zé Filho de que o atual presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) não se esforçou na chapa em que ele era vice e disputou o Palácio de Karnak em 2014. Sílvio chegou a ser chamado de preguiçoso por Zé Filho em declarações dadas à TV Cidade Verde. Os dois perderam aquele pleito para o governador Wellington Dias (PT).

Sílvio, também à TV Cidade Verde, disse que sua decisão política de ser vice de Zé Filho foi equivocada, o que gerou arrependimento depois. Disse ainda que, após as “grosserias” de Zé Filho, agora tem certeza de que não deveria ter disputado aquela eleição ao lado do então peemedebista.

“Não era amigo do Zé Filho como não sou até hoje. Pra mim tanto faz ele ter sido governador como não, pra mim não faria nenhuma diferença. As viagens que fizemos foram divertidas. Ele é uma pessoa bem humorada, disposta, mas nunca fui nem antes, nem durante e nem depois. Não tem nenhuma maldade eu dizer que me arrependi, apenas quero dizer que a decisão política de se candidatar a vice foi equivocada. Pra mim foi. Não tem nada de estranho”, declarou.

Já em relação às chamadas “grosserias”, o ex-tucano afirmou que, a partir delas, teve a certeza de que fez um mau negócio em 2014. “Quanto às grosserias que eu escutei ele ter dito, eu não vou responder. Se eu tinha dúvida que eu não deveria ter sido candidato à vice, as grosserias ditas por ele que me chegaram ao conhecimento, me faz ter a certeza disso”, rebateu.

Sílvio Mendes garantiu que o PSDB foi leal a Zé Filho na época e que não procura culpados após perder uma eleição. “O PSDB foi leal. A vitória é muito doce. Eu fui derrotado pelo Wilson Martins em 2010 e não culpei ninguém. Não tive os votos suficientes. Se eu fui provocado, eu dou a resposta. Esse tipo de grosseria não constrói. Não tenho mágoa e não vou deixar de dormir por causa disso. Desejo boa sorte ao Zé Filho e não vou responder este tipo de provocação nem dele e nem de ninguém”, disparou.

O agora integrante do PP aproveitou a polêmica para falar dos bastidores que culminaram na chapa Zé Filho/Sílvio em 2014. Pela primeira vez, Mendes revela que seu nome chegou a encabeçar a chapa tendo o deputado federal Marcelo Castro como vice.

“Nós montamos uma chapa onde o candidato era o deputado Marcelo Castro – e eu a vice. Com o passar do tempo o Marcelo viu que não tinha viabilidade para disputar com o candidato Wellington Dias. Na casa do Marcelo, ele me chamou e propôs que a gente invertesse a chapa – que eu fosse candidato a governador e ele vice meu. Eu topei. Essa história não foi contada, só que, no dia seguinte, nós fomos chamados para uma reunião no apartamento do então deputado Kléber Eulálio. Fomos eu, Firmino e o Wilson Martins. No apartamento estavam o Kléber Eulálio, o então governador Zé Filho e o Marcelo Castro. A conversa girou em torno do desejo do então governador Zé Filho em ser candidato à reeleição, legítimo”, lembrou.

Silvio conta que Marcelo Castro ficou calado e que ele não se posicionou contra o desejo de Zé Filho. “Se chamou os outros partidos que apoiavam o governo na época: o deputado federal Júlio César, o deputado Osmar Junior e o deputado Flávio Nogueira. Todos os presentes, com exceção do Firmino – que fez uma análise da conjuntura – não se posicionou com a unanimidade. Com esse encaminhamento eu disse que não era candidato a vice-governador. Eu era candidato a vice-governador do Marcelo, do Zé Filho não, e saímos”, relembra.

Dias depois, segundo Mendes, o então governador Zé Filho o procurou pedindo que reconsiderasse a decisão. Com uma nova negativa, decidiu romper com a então presidente Dilma e apoiar Aécio Neves, como forma de atrair Sílvio Mendes.

“Recebi a visita na minha casa do Zé Filho com o Freitas Neto. Eles ponderaram a importância de ser candidato e eu disse que não. O que aconteceu depois é que o Zé Filho decidiu e encaminhou que romperia com a presidente Dilma e que apoiaria o Aécio. Eles foram ao Aécio com a condição de fazer esse apoio e uma das condições é que eu fosse o candidato a vice do Zé Filho. O Aécio me chamou e pediu que eu aceitasse. Era um pedido difícil, mas por uma questão nacional, eu fui”, afirmou.

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