O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) (Foto: Sérgio Lima)

Em visita a Nova York, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, previu um crescimento de 3% para o Brasil neste ano, patamar que deve ser mantido, na visão dele, no ano que vem sem afetar a “regra de ouro” —mecanismo que impede o país de emitir dívida em volume superior aos investimentos.

“Estamos projetando cenários e nossa análise é que com algum esforço a gente consiga cumprir a regra de ouro em 2019”, disse Maia a jornalistas, na saída de um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “As projeções da equipe econômica são pessimistas e devem ser, mas o impacto sobre a regra de ouro será menor do que o projetado.”

O assunto na ONU era a crise humanitária na Venezuela e o impacto da entrada de refugiados do país vizinho no Brasil, mas Maia falou mais sobre questões econômicas.

Sua previsão para o crescimento da economia, aliás, é bem mais otimista do que estimativas recentes —o Banco Mundial projetou uma expansão de 2% no país neste ano e de 2,3% para o ano que vem.

Maia também estimou que o deficit em 2018 não passaria de R$ 110 bilhões, bem abaixo dos R$ 157 bilhões no Orçamento deste ano sancionado em dezembro passado.

Na visão do presidente da Câmara, a reforma da Previdência continua sendo o ponto-chave para fazer avançar a economia. Ele disse, no início de sua visita aos Estados Unidos, ter dúvidas sobre a votação da reforma em fevereiro, mas voltou a frisar que o governo precisa “trabalhar dia e noite pela Previdência”.

“O governo precisa recuperar uma base de 330 deputados para conseguir 308 votos”, disse Maia. “A reforma da Previdência resolve o ano de 2019, a capacidade de crescimento vai estar colocada.”

ELEIÇÕES

Maia também afirmou na véspera que as eleições presidenciais deste ano são sua “última preocupação”, mas na saída de uma reunião nas Nações Unidas, seu tom lembrou o de alguém em campanha.

Ele falou em “coragem para enfrentar os problemas” e entrar em diálogo com a oposição, citando governadores petistas, como Wellington Dias, do Piauí e Fernando Pimentel, de Minas Gerais.

“Defendo que a gente pare tudo e faça um debate junto aos governos”, disse Maia. “Dá para pactuar uma agenda mínima em que a gente tire do debate as paixões em torno das eleições. Com retórica, demagogia e populismo, não vamos a lugar nenhum.”

Sobre a reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, Maia foi mais vago. “Relatei nossa preocupação em relação a Roraima, já que a Venezuela não aceita apoio do lado deles da fronteira e nossa estrutura em Boa Vista não é tão grande.”

Ele disse ainda que o Brasil está comprometido a ajudar o país vizinho e que espera que a crise política seja solucionada o quanto antes. Maia disse ainda que discutiu com Guterres o envio de tropas brasileiras para a República Centro-Africana —o Brasil deve liderar agora uma missão de paz naquele país.

Fonte: Folha de São Paulo

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