O PMDB do Piauí faz, mais uma vez, o que é a especialidade da casa: ser governo e oposição ao mesmo tempo. Ontem, o partido decidiu, na reunião semanal do diretório regional, cancelar a convenção extraordinária acertada para janeiro próximo, para definir o seu rumo para a sucessão estadual de 2018.

A convenção foi proposta pelo vice-presidente do partido no Piauí, ex-ministro Joao Henrique Sousa, que defenda a candidatura própria e alimenta o sonho de ser o candidato oficial da sigla ao Palácio de Karnak.

Ao marcar a convenção apenas para junho, o PMDB manda um recado claro para o Palácio de Karnak. Em primeiro lugar, que mantém a aliança com o governador Wellington Dias para a sua reeleição. Em segundo lugar, que o apoio não é incondicional. Ele só se dará se o deputado Themístocles Filho for escolhido para vice de Wellington.

Se decidisse, logo em janeiro, que a candidatura própria estava descartada, o PMDB perderia força na indicação do vice na chapa petista.

O partido sabe que, por enquanto, o governador não tem concorrente. Basta, porém, ele perder o apoio de qualquer um dos grandes partidos da base para a sua reeleição começar a se complicar.

É nisso que o PMDB, inegavelmente uma grande estrutura partidária, vai jogar até a formação da chapa majoritária governista.

No jogo

O ex-ministro Joao Henrique entende a alma de seu partido e faz o seu jogo. Então, ele aceitou com serenidade a decisão contrária à realização da convenção extraordinária. Até alega que, com isso, ganha mais tempo para fazer campanha junto aos delegados e para propagar o seu nome, hoje em situação modesta nas pesquisas de intenção de voto.

Trocando em miúdos: as duas alas do PMDB que aparentemente estão em conflito saíram ganhando com a decisão de ontem.

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