Conhecido como um dos paraísos arqueológicos do Brasil, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no interior do Piauí, abriga a maior concentração de pinturas rupestres das Américas. Os registros pré-históricos, de aproximadamente 12 mil anos, retratam cenas do cotidiano dos povos antigos e lembram lutas, rituais, danças e caças. Essas descobertas pré-históricas estão registradas na nova temporada da websérie do movimento Pé no Parque, criado com o objetivo de incentivar o turismo e a valorização de áreas protegidas brasileiras.

O primeiro episódio da série foi disponibilizado ao público em 12 de junho, no canal do Youtube do WikiParques. Ao todo, são quatro capítulos que retratarão aspectos naturais, culturais, históricos e turísticos da região. A cada quarta-feira, até 3 de julho, um novo episódio será publicado.

A websérie traz no enredo a trajetória da arqueóloga Niède Guidon, responsável por fazer as primeiras escavações na Serra da Capivara, que revolucionaram o conhecimento sobre a pré-história do ser humano no continente americano. As descobertas foram essenciais para que o local fosse reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. São mais de 1,3 mil sítios arqueológicos mapeados, sendo 204 abertos à visitação. Não há cobrança de ingresso e o acesso dos visitantes deve ser feito com a companhia de um guia credenciado.

Além das pinturas rupestres, o parque concentra as belezas da Caatinga, bioma presente no semiárido brasileiro. Nesse contexto, a websérie mostra a diversidade da fauna e retrata a transição de cores da vegetação, passando ao longo do ano do seco intenso com tons esbranquiçados ao verde exuberante. Entre as espécies presentes estão a onça-parda, o veado-catingueiro, o tamanduá-mirim e o tatu-bola, além de uma impressionante variedade de cactos, como o mandacaru e o xique-xique.

A necessidade de conservação desse importante remanescente de Caatinga com a proteção dos sítios arqueológicos do local resultou na criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, em 1979. No local, o visitante também tem acesso a mirantes, passarelas que passam por fendas em cânions e diferentes opções de ecoturismo, como a observação de aves.

A websérie do Pé no Parque também traz depoimentos emocionantes de moradores do entorno da unidade de conservação que tiveram suas vidas transformadas pela criação do parque. “As belas paisagens e as histórias retratadas na websérie são uma maneira de valorizar o parque e estimular a visitação. A melhor forma de preservar é conhecendo e o turismo é um importante recurso de transformação e desenvolvimento”, destaca a diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.

Segundo a roteirista da websérie, Duda Menegassi, o turismo e as pesquisas arqueológicas geraram emprego e riqueza, tornando-se o principal vetor de desenvolvimento da região. “Nas comunidades mais próximas, a criação do parque trouxe escolas, postos de saúde, universidades, museus e transformou o pensamento das pessoas, que são extremamente gratas ao parque. Na comunidade, muitos moradores trabalham com algo relacionado ao parque ou indiretamente, como restaurantes e pousadas”, ressalta.

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FONTEMeio Norte
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