O Papa Francisco pediu neste domingo a abertura “urgente” de corredores humanitários – um tipo de zona desmilitarizada temporária destinada a permitir a passagem segura e ajuda humanitária a refugiados de uma região em crise. Para o pontífice, é necessário que a comunidade internacional acolha os ucranianos fugindo da “trágica” invasão de sua terra natal.
O papa se absteve de citar a Rússia, enquanto tenta consertar os laços com a Igreja Ortodoxa do país, e novamente omitiu qualquer referência a Moscou. Mas disse, após rezar o Angelus do palácio apostólico do Vaticano: “Aqueles que fazem a guerra esquecem a humanidade”, acrescentando que guerra “depende da lógica diabólica e perversa das armas, que é a coisa mais distante da vontade de Deus”.
Francisco repetiu seu apelo para que os fiéis marquem a Quarta-feira de Cinzas nesta semana como um dia de jejum e oração para mostrar solidariedade com o “povo sofredor da Ucrânia’.
No domingo anterior, o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, descreveu a invasão como algo “além de todo senso de lei e moralidade” e implorou pelo fim à guerra. Bartolomeu I é considerado o líder espiritual dos ortodoxos orientais e cristãos em todo o mundo. Em 2019 ele concedeu a independência dos ortodoxos da Igreja da Ucrânia, separando-a da igreja russa à qual estava ligada desde 1686.