“Estamos vivendo um momento no Brasil onde o racismo é jogado para debaixo do tapete”, foi o que afirmou a educadora social Assunção Aguiar, que também integra o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, sobre a situação da população negra em todo o país durante entrevista ao Jornal do Piauí nesta terça-feira (22).
À frente de discussões voltadas ao tema, Assunção Aguiar enfatiza que embora a população negra ainda seja a que menos têm acesso às vagas do mercado de trabalho e a que mais sofre as consequências da violência, inclusive policial, o problema do racismo ainda é ignorado por grande parte da população e das autoridades públicas do país.
“É preciso reconhecer que o Brasil é um país racista, que nós temos de fato uma situação onde continua nos, povo preto, sem oportunidades, então isso nos traz uma maior violência. quando a gente não tem oportunidade de ascender, a gente entra numa situação bastante vulnerável. É o que nós temos hoje”, explica a educadora.
Por conta disso, Assunção Aguiar considera a criação de conselhos uma ferramenta importante para discutir o problema, com a elaboração de planos para a promoção de políticas públicas que assegurem a igualdade racial de forma efetiva. “Trazer as ações que nós enquanto povo entendemos que é importante para que nós possamos ter um pouco mais de cidadania, ou cidadania plena, que é nossa busca maior”, pontuou.
Na última segunda-feira (21), em que se celebrou o Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial, representantes do Conselho Estadual se reuniram com a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), para tratar da implantação de um Conselho Municipal com ênfase na população negra em Teresina.