O tatu-bola-da-caatinga, espécie endêmica e ameaçada de extinção. Foto: Joaquim Neto.

“Nós estávamos numa área ainda pouco explorada na Serra Branca, quando nos deparamos com o tatu. É bem difícil encontrar um tatu-bola assim, na natureza, é um animal ameaçado de extinção, restam poucos na natureza. Nossa movimentação fez ele assumir essa postura de proteção, se dobrando no formato de uma bola para dificultar a captura. E sob a luz dos últimos raios de sol do dia conseguimos fotografá-lo e depois ficamos encantados observando enquanto ele corria mato adentro”. A história por trás do clique do tatu-bola-da-caatinga acima é contada pelo fotógrafo Joaquim Neto, que fez o registro sortudo na Estação Ecológica Chapada da Serra Branca, uma área protegida localizada no corredor ecológico entre os parques nacionais da Serra da Capivara e das Confusões, no sul do Piauí.

Apesar de ajudar a preservar uma importante área de vegetação nativa e ser habitat para espécies endêmicas e ameaçadas do bioma, como o próprio tatu-bola-da-caatinga, de acordo com Joaquim, a Estação Ecológica, criada em 2008 pelo governo do estado do Piauí, ainda é pouco conhecida e até mesmo valorizada na região.

Ainda assim, a Caatinga dentro da Estação Ecológica resiste. E mesmo ameaçada pela caça e por queimadas irregulares, a unidade cumpre uma função estratégica de ajudar a proteger a conexão entre os dois parques nacionais vizinhos, o da Serra da Capivara, à leste, e o da Serra das Confusões, à oeste. Garantir que essas unidades não se tornem ilhas isoladas de Caatinga preservada é a função do Corredor Ecológico no qual está inserida a Estação Ecológica.

Além do patrimônio natural, na área também existem diversos sítios arqueológicos e pinturas rupestres ainda pouco estudadas.

Sob as lentes de Joaquim Neto, foi registrada um pouco da beleza da Estação Ecológica Chapada da Serra Branca, ofuscada pela presença dos seus vizinhos parques nacionais, mas que cumpre um papel importante para garantir a conservação da fauna e flora da Caatinga. Em parceria com o fotógrafo, ((o))eco organizou uma galeria de fotos para exibir um pouco desse patrimônio, confira:

Cânions rochosos ladeiam uma vegetação exuberante. Foto: Joaquim Neto.
Monumentos geológico de formas intrigante como essa pedra furada comum na região. Foto: Joaquim Neto.
Painel de pinturas rupestres dentro da Estação Ecológica. Foto: Joaquim Neto.
Esculpidas pelo vento e pela chuva, as pedras de arenito mostram formas curiosas. Foto: Joaquim Neto.
Um verde entre os cânions visto de cima mostra uma mata úmida mesmo em meio a caatinga sob um sol que chega a 39 graus. Foto: Joaquim Neto.
Há painéis com pinturas rupestres que chegam a ter quase um tamanha humano. Foto: Joaquim Neto.
A imensidão da Caatinga. Foto: Joaquim Neto.
Cactos são parte da paisagem clássica do semiárido brasileiro e há uma grande variedade deles na Estação Ecológica. Foto: Joaquim Neto.
Árvores ainda verde contrastam com outras já secas e sem folhas, num retrato das fases da Caatinga. Foto: Joaquim Neto
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FONTEJoaquim Neto - Texto por Duda Menegassi - OECO
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