O Museu da Natureza, construído no sertão do Piauí e inaugurado em 18 de dezembro do ano passado, chega ao seu primeiro aniversário com o registro de 50 mil visitas.
O novo Museu começa chamando a atenção já pela arquitetura inovadora do prédio que o abriga – um edifício circular plantado no meio da caatinga, construído em estrutura metálica.
Dentro do museu, há 12 salas dispostas em espiral onde o visitante pode conhecer todo o processo histórico da natureza da região, do surgimento do universo, passando pela era do gelo, bem como conhecer os fósseis de animais gigantes e a vegetação local.
A obra foi financiada pelo BNDES e demorou um ano e meio para ser concluída, ao custo de R$ 13,7 milhões.
O prédio conta com 4 mil metros quadrados de área construída, é climatizado e sonorizado.
A exposição permanente tem 1.600 metros quadrados, divididos em 12 salas, tudo com tecnologia de ponta.
O espaço também conta com restaurante (com boa comida e a bom preço), loja, sala de administração e auditório. O acesso é por asfalto, pela BR-020 (Rodovia Juscelino Kubitschek) até à sua entrada.
Do começo da Terra
As 12 “salas” do museu formam uma grande rampa helicoidal – como o tronco do mandacaru –, para representar, no sentido ascendente, a evolução das mudanças geológicas e paleontológicas do planeta, como registrou a revista Superinteressante, em janeiro deste ano, em reportagem especial sobre a obra, anotando, ainda:
“Nele é possível ver e interagir com eventos cruciais desde as origens da vida até a contemporaneidade. Por exemplo, na primeira sala, para ilustrar a atração entre os corpos (que está na essência da formação do Universo), podemos testar mesas com diferentes tipos de ímãs e observar rochas primitivas (e meteoritos) em microscópios. Depois, na sala que informa sobre a formação dos continentes na Terra, podemos reorganizar as massas terrestres atuais como quisermos em um globo gigante”.
O museu é didático e interativo, fornecendo informações e experiências lúdicas para os visitantes. E um grande foco é conhecer mais sobre as espécies que já habitaram a região: de trilobitas a tigres-dente-de-sabre.
Do fundo do mar
O visitante pode ver os fósseis marinhos do acervo da Fundação Museu do Homem Americano que os auxiliarão a entender o movimento tectônico que levantou a serra e jogou o mar para o Ceará, conforme explicou a arqueóloga Niéde Guidon, presidente da Fundham.
O Museu foi planejado e instalado pelo curador Marcello Dantas, um especialista de reconhecimento internacional na área. Ele observa que todas as salas são vivenciais, com recriações de seres e paisagens que existiram na região.
Um dos pontos altos da visita, que deve ser feita em aproximadamente duas horas, é o voo simulado de asa delta sobre a Serra da Capivara. O voo livre dura 10 minutos.
Outro destaque, no final da visita, é o filme no teto com narração da cantora Maria Bethânia.
A visita é encerrada com a subida ao mirante, de onde se tem uma vista deslumbrante do Parque Nacional da Serra da Capivara.
50 anos de pesquisa
Visitamos o Museu da Natureza no dia 27 de novembro, no começo da tarde. Quando encerrávamos nossa visita, alunos de três escolas públicas da região chegavam ao local para fazer a sua visitação.
O novo museu visa dar visibilidade e relevância pública ao trabalho de pesquisa arqueológica desenvolvido na região pela cientista Niéde Guidon, que em março completa 50 anos de estudos no parque.
O Museu está localizado no município de Coronel José Dias, ao lado do Parque Nacional Serra da Capivara, fora da área de preservação, a pouca distância da cerâmica.
O horário de visitação é das 13h às 19h todos os dias, exceto às terças-feiras. A entrada inteira custa R$ 30 e a meia, R$ 15.