Moradores plantam mudas em área afetada por incêndio na Serra da Capivara (Fotos: André Pessoa)

O Instituto Ecológico Caatinga (IEC), iniciou uma campanha ambiental com o objetivo de incentivar a restauração florestal de uma importante área na zona de entorno do Parque Nacional Serra da Capivara. Lugares conhecidos como Serra dos Gringos, Canoas e Morro do Pote tiveram matas destruídas pelo fogo nos últimos dias de outubro desse ano. O lançamento do projeto teve música com o repentista Paulo Domingos e a participação de trabalhadores rurais, ambientalistas, empreendedores, analistas ambientais do ICMBio e brigadistas do Prevfogo, programa para controle das queimadas.

O incêndio que chegou a ameaçar o patrimônio cultural e natural do Parque Nacional Serra da Capivara teve inicio no assentamento da fazenda Serra dos Gringos, zona rural de São Raimundo Nonato (525 km de Teresina). Na época, até um avião de Goiás e um helicóptero da Policia Militar do Maranhão foram deslocados para ajudar no combate das chamas que se prolongaram por três dias. Os pesquisadores que trabalham na Serra da Capivara temiam que o fogo se alastrasse até sítios arqueológicos que ficam no Baixão das Andorinhas.

Como a cidade não tem unidade do Corpo de Bombeiros, oficiais e soldados foram deslocados para a área, mas o fogo só foi controlado mesmo graças ao empenho da equipe do Prevfogo da Serra da Capivara e da Serra das Confusões, além da ajuda dos moradores da região, guardas-parque, estudantes, pesquisadores e técnicos da UNIVASF e FUMDHAM. Durante o incêndio em nenhum momento as chamas atingiram a unidade de conservação, mas chegaram muito perto de lugares de extrema importância da reserva.

Agora, cerca de 50 dias depois da queimada que devastou uma área estimada em 400 hectares (o mesmo que 400 campos de futebol), e com a consolidação do período chuvoso na região, o Instituto Ecológico Caatinga através do projeto do Viveiro Mata Branca que produz e distribui gratuitamente mudas de espécies nativas da Caatinga, focou suas ações no plantio das árvores no trecho afetado pelo fogo. “Como filha de São Raimundo me sinto gratificada em participar dessa ação”, disse a empreendedora Socorro Macêdo, uma das organizadoras do movimento ambiental.

Na primeira etapa do projeto foram distribuídas e plantadas centenas de mudas de angico, aroeira, pau d’arco e outras espécies nativas da Caatinga. Moradores da zona urbana, estudantes e crianças também participaram da ação. Maria Silvia, por exemplo (foto), se deslocou da cidade até o local e fez questão de plantar sua muda com a ajuda de um brigadista. Para a engenheira agrônoma e chefe do Parque Nacional Serra da Capivara Luciana Nars, a parceria com a sociedade local e as comunidades vizinhas à reserva parece ser o único caminho viável para a conservação da natureza e do patrimônio cultural.

O projeto do Viveiro Mata Branca é resultado do diálogo, do trabalho voluntário e da parceria com entidades como a UNIVASF através do CRAD – Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas, FUMDHAM, ICMBio e apoio da Help Novidades, Lilia Casa, DGT Filmes e Suzano Papel e Celulose.

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FONTEPortal SRN
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