Após assumir o comado do Governo do Estado, no início da noite dessa segunda-feira (4), a governadora em exercício Margarete Coelho participou da abertura do XXII Encontro Nacional de Travestis e Transexuais, no Hotel Real Palace, em Teresina. Com a temática  “Não temos Ideologia de gênero, temos Identidade”, o Piauí sedia pela primeira vez esse evento promovido pela  Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), por meio  do Grupo Guaribas de Livre Orientação Sexual e o Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPTrans).

De acordo com a secretária-geral do GPTrans, Maria Laura dos Reis,  o encontro nacional é um evento histórico, onde reúne delegações de vários estados para dialogar acerca da saúde e políticas sociais inclusivas. “Já está com 22 anos que ele ocorre em estados diferentes do Brasil. Muito nos orgulha realizarmos essa edição no Piauí”, afirmou Laura.

“É de grande valia para o Movimento Social de Travestis e Transexuais do Piauí organizar e realizar um Encontro Nacional de Travestis e Transexuais, pois essa missão só é dada às grandes lideranças do movimento do Brasil, desta forma, fortalecendo a luta contra a transfobia em nosso estado”, completou a secretária.

Margarete Coelho  disse que a urgência pela visibilidade de demandas identitárias, de gênero, dispõe, em larga escala, de uma série de questionamentos que precisam de respostas efetivas e atuais. “A participação ampla da sociedade é o primeiro passo para o aumento da qualidade do debate. É necessário igualar as oportunidades de respeito, de tratamento, de exercício pleno da cidadania”, declarou a governadora.

Uma pessoa trans é assassinada a cada 48 horas  no Brasil. O país lidera dados assustadores, ocupando, assim, o ranking de países com mais registros de homicídios de pessoas trans. A chefe do Executivo falou que o Estado entende a necessidade de criar e viabilizar instrumentos legais para combater a discriminação.

Segundo ela, o Projeto Piauí Sem Homofobia vem trabalhando a promoção de políticas públicas, bem como a afirmação de direitos humanos para a comunidade LGBT. “A transfobia tem levado a discussões a respeito da necesssidade de firmar a identidade de gênero como direito, o que traz uma série de consequências, a exemplo da possibilidade de reconhecimento do nome social”, informou Margarete.

Evento

O governo, por meio das secretarias de Estado da Saúde e Asssistência Social, apoia o evento, que segue até esta quinta-feira (7), com palestras magnas e rodas de conversa, oportunidade em que o público dialogará o XXII Encontro Nacional de Travestis e Transexuais sobre ideologia de gênero, métodos de prevenção, testagem, diagnósticos e tratamentos das doenças sexualmente trasminssíveis.

Margarete chamou atenção para que a política de saúde e atenção integral não seja centralizada apenas no diagnóstico do vírus da Aids. “É preciso nos atermos ao bem-estar biopsicossocial, que é fundamental para um reconhecimento político de resistência.  O combate, ainda que setorial, não é isolado: além de combater a Aids, é necessário lutar contra outras formas de opressão, pois nenhuma sexualidade ou expressão de gênero pode se impor sobre a outra”, pontuou Coelho.

A presidente da Antra,  Keila Simpson;  a presidente do Fórm Nacional e Travestis e Transexuais Negras  e Negros e coordenadora-geral, Jovana Baby; a deputada estadual Flora Isabel; a vereadora de Uberlândia, Pamela Volp; a diretora da Unidade de Direitos Humanos da Sasc, Conceição Silva; a representante do Grupo de Trabalho LGBT de Segurança Publica, capitã Enyra, e outros representantes de entidades estiveram também presente ao evento.

Autoria: Letícia Rodrigues
Deixe seu comentário
COMPARTILHAR