O ex-ministro da saúde e senador Marcelo Castro (MDB) avaliou nesta segunda-feira (20) que está faltando uma “unidade de comando” no enfrentamento à crise causada pelo coronavírus no país, tanto no aspecto econômico como na saúde. Segundo ele, que comandou a pasta no governo Dilma Rousseff, a iniciativa deveria partir do governo federal.

Créditos: Pensar Piauí

“O principal está nos faltando, que é uma unidade de comando. Para se enfrentar uma guerra, para se enfrentar uma pandemia como essa, que é uma guerra, nós precisamos de unidade de comando. A grande falta que está fazendo hoje é essa coordenação, que deveria partir do governo federal, junto com os governos estaduais, junto com os governos municipais”, disse durante entrevista à TV Cidade Verde.

Segundo Castro, o país deveria falar a mesma língua para vencer os desafios impostos pela pandemia. “Todos nós deveríamos estar falando uma linguagem só. Que linguagem é essa? A linguagem da ciência, da técnica, da tecnologia. Deveríamos estar de acordo com o que preconiza a Organização Mundial de Saúde, os cientistas do mundo inteiro, com as exceções de praxe, os governos do mundo inteiro com as exceções de praxe”, comentou.

Para Marcelo Castro, o problema está na insistência do presidente Jair Bolsonaro em tentar criar um conflito entre a pandemia e o setor econômico.

“O ponto discordante é essa insistência do nosso presidente da República de levar a coisa para o outro lado como se tivesse um conflito entre combater a pandemia e a situação econômica. Não há conflito. Uma coisa depende da outra. Agora quando você coloca vidas e economia, vidas estão em primeiro lugar.  Para esses que vão perder as suas vidas é ponto final. Do ponto de vista da economia precisamos ter o maior número de pessoas vivas no final da pandemia”, afirmou.

O emedebista disse que a mudança de ministros na Saúde gera receio de como os trabalhos vão evoluir. “É um ponto negativo, mudou-se o ministro que não estava obedecendo as ordens do presidente. Veio um novo ministro que não falou nada que não fosse adequado, mas fica sempre aquele receio de como as coisas vão evoluir”, finalizou.

Hérlon Moraes

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