Familiares de Edilson dos Santos lamentam falta de assistência por parte da empresa

Os familiares do guarda-parque Edilson Pereira dos Santos, morto por caçadores no Parque Nacional da Serra da Capivara, denunciam que não receberam assistência financeira e psicológica da empresa para qual a vítima prestava serviço. Edilson foi morto há um mês, na localidade de Cambraia, território do município de João Costa, distante 514 km de Teresina. Outros dois vigilantes do parque também ficaram feridos durante a troca de tiros, e resistiram aos ferimentos.   O advogado da família Raimundo Diogenes informou que entrará com uma ação trabalhista contra a empresa.

A esposa e os filhos de Edilson decidiram buscar ajuda de um advogado, pois, sozinhos, não conseguiam ter acesso a documentos para dar entrada a pensão, dentre outros trâmites burocráticos. A esposa Fabiana Torres disse ao Cidadeverde.com que chegou a tirar um empréstimo para conseguir velar e enterrar o marido. Com Fabiana, o vigilante teve um casal de gêmeos; as crianças estão com cinco anos. Edilson tem outros cinco filhos.

“Não tivemos assistência de nada. É um descaso, absurdo. Precisamos de ajuda financeira e psicológica. Eu precisei de tratamento, mas meu filho estava com a situação mais delicada e precisou de mais tratamento. A empresa não enviou nenhum representante, nem no dia do velório nem agora. Meus parentes e amigos que estão me ajudando em casa porque nossa renda era do meu marido”, lamenta Fabiana.

Everton Santos da Costa, filho do guarda-parque, também reclama da falta de assistência da empresa, contratada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para vigilância e segurança do Parque Nacional.

“Além da morte do meu pai estamos vivemos todo esse descaso com a nossa família. Até agora a empresa não se manifestou em nada para nos ajudar”, disse o filho.

Ação trabalhista

O advogado da família, Raimundo Diogenes, disse que a empresa não tem representantes na cidade; o que dificulta a comunicação direta e repasse de documentação com praticidade. Ele disse ainda que o próprio ICMBio está ajudando no intermédio.

“A família dependia da renda do guarda-parque, e eles moram numa localidade rural de São Raimundo, estão passando por dificuldades. Recentemente foram enviados a documentação solicitando uma pensão para a família. Estamos esperando a resposta do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social)”, disse o advogado.

Diognes disse ainda que deverá ingressar nos próximos dias com uma ação trabalhista pelos direitos material e moral do vigilante, para maior assistência a sua família.  “Vamos entrar com essa ação devido à precariedade de trabalho que ele foi submetido por essa empresa”, acrescentou o advogado.

O Cidadeverde.com tentou contato com a empresa, mas as ligações não foram atendidas.

Nota do ICMBio

Desde que o ICMBio foi informado de seu  falecimento, temos procurado dar suporte à família. Não obstante as obrigações legais relacionadas às questões trabalhistas serem de responsabilidade da empresa Thor, contratada para prestação dos serviços de vigia/porteiro no Parque Nacional da Serra da Capivara. Desde que o instituto foi informado do incidente, deslocamos técnicos do ICMBio para a região, estivemos em contato os familiares das vitimas, com as instituições de atendimento médico do estado, com as forças policias e autoridades locais. Também acionamos e estamos acompanhando a empresa contratada para providenciar o pleno cumprimento das obrigações legais.

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