Pouquíssimos países no mundo contam com riquezas naturais similares às do Brasil, país que, durante seus anos “formativos”, atraiu a atenção de vários pontos do Velho Mundo por conta dos seus recursos. Essas riquezas hoje fazem do Brasil um dos protagonistas mundiais do palco econômico, geopolítico e até mesmo ecológico, uma vez que a pauta ambiental tem ficado cada vez mais em voga em tempos recentes.

Em termos de proteção ao meio ambiente, assunto que tem sido alvo de cada vez mais atenção por parte de líderes e instituições nacionais e internacionais, podem ser mencionadas as diversas unidades de conservação ambiental existentes mundo afora. No Brasil, elas se espalham por 728 espaços, que vão desde reservas particulares de patrimônio natural até grandes parques nacionais, que servem como ambiente de pesquisa, educação e turismo.

Dos 73 parques nacionais existentes no país, quatro deles estão localizados no Piauí. As nascentes do Rio Paraíba, a Serra das Confusões, as Sete Cidades e a Serra da Capivara são unidades de conservação que protegem as partes ainda vivas da Caatinga, bioma encontrado somente aqui no Brasil.

Ainda que todas essas unidades de conservação tenham importância sumária nos esforços brasileiros de proteção ambiental, o Parque Nacional da Serra da Capivara acaba ganhando os holofotes por ser o lar de conteúdos pré-históricos. O lugar, que há 50 mil anos foi ocupado por nossos ancestrais, é hoje Patrimônio Cultural da Humanidade da UNESCO por conta de valores naturais e culturais inestimáveis que foram encontrados ali.

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Campo ecológico ganha importância e Piauí é destaque

Por muito tempo, o campo ecológico ficou em segundo plano perante o olhar da sociedade e dos nossos governantes, visto que o que mais gerava interesse era a perspectiva de um crescimento econômico pujante, que valoriza o consumo. Na maioria dos casos, para que ocorram o consumo e o crescimento econômico, são utilizados recursos naturais, posteriormente transformados em produtos industrializados.

Tal processo continua ocorrendo, ainda que não seja mais tão predatório quanto foi no passado. Com o processo de conscientização sustentável, que começou a ganhar gás na década de 1990, por meio de iniciativas como a conferência Rio 92 e o Protocolo de Kyoto, as práticas de conservação ambiental entraram ainda mais em voga, sendo a proteção ambiental de parques como os piauienses apenas um aspecto dentro de várias ações que buscam aumentar a sustentabilidade a nível local e mundial. Do ensino de ecologia nas escolas à introdução de controles de emissão de carbono – e o consequente desenvolvimento de tecnologias “verdes” que reduzem tais emissões –, o ciclo de proteção ao meio ambiente só tem crescido com o passar dos anos.

No Brasil, o Piauí acaba sendo exemplo para o resto do país por conta de iniciativas como o Projeto ODS Piauí, que busca promover desenvolvimento sustentável por meio de políticas públicas. Enquanto isso, moradores da capital, Teresina, lançam mão de técnicas de reuso da água, reutilização de espaços e reciclagem para aproveitar melhor a vida na cidade e deixar um legado sustentável para gerações futuras.

Algumas empresas tomam a dianteira

Enquanto boa parte das iniciativas sustentáveis começam por meio de políticas públicas e regulamentações governamentais, algumas empresas acabam se antecipando aos programas de governo na busca de projetar um futuro melhor para clientes e não-clientes. O Brasil, como país com altas inspirações ecológicas, acaba obtendo destaque também no âmbito corporativo quando se trata de práticas sustentáveis.

Os exemplos são vários. Um dos grandes destaques é a gigante de cosméticos Natura, que mantém programas de proteção das matas de onde extrai boa parte da sua matéria-prima. O mesmo vale para a companhia elétrica CPFL, considerada a empresa de energia mais sustentável do país pela revista Exame por conta de práticas verdes dentro do ambiente corporativo e também nas comunidades em torno da companhia.

Lá fora, encontram-se exemplos semelhantes até mesmo em empresas que não têm relação direta com o meio ambiente. Empresas ligadas ao ramo do entretenimento, como a Betway cassino online, praticam, em seus escritórios, iniciativas conscientes como reciclagem e uso de filtros de água para reduzir o consumo de garrafas de plástico. Enquanto isso, a gigante da informática Microsoft trabalha para se tornar uma empresa carbono negativa, compensando assim, por meio de programas de reflorestamento e de geração de energia limpa, as emissões da companhia em anos anteriores.

Tudo está interconectado

As iniciativas de sustentabilidade mencionadas aqui têm sido realizadas na Amazônia, em Teresina e em escritórios na Europa e nos Estados Unidos. A princípio, elas podem parecer desconectadas dos programas de proteção ambiental que envolvem os parques nacionais do Piauí, entretanto, este está longe de ser o caso, considerando que tais ações são o que formam a consciência necessária para que comecemos a valorizar, na medida certa, as heranças deixadas pela natureza e pelos nossos antepassados nestes espaços de conservação ambiental.

No caso do Parque Nacional da Serra da Capivara, onde estão localizados sítios arqueológicos e formações naturais que atraem turistas e pesquisadores do mundo todo, existe, além da proteção governamental, o patrocínio de empresas como o Grupo Boticário, que promove visitas à localidade. Além disso, a gerência e a proteção do parque, que funcionam como referência no país, são uma iniciativa conjunta que envolve instituições governamentais, ministérios e a Fundação Museu do Homem Americano.

As belezas naturais, as riquezas pré-históricas e a boa conservação do parque projetam a cidade de São Raimundo Nonato para o resto do país e também para o mundo. O fluxo gerado pela Serra da Capivara, tanto por turistas quanto por pesquisadores, cria renda para várias famílias da localidade.

Lançando um olhar para além das motivações econômicas, está a importância da Serra da Capivara como um dos poucos lugares no mundo em que se conseguiu preservar objetos, pinturas e outros elementos da vida humana em tempos pré-históricos. É difícil mensurar o valor não só dessa descoberta, mas também da manutenção desses objetos ao longo dos anos. Isso sem mencionar, é claro, a fauna e a flora da região.

Os mencionados pontos certamente não teriam sido alcançados se a mentalidade do ser humano quanto à relação homem x natureza não tivesse mudado radicalmente nas últimas décadas. Ainda assim, mesmo com essa expansão de consciência, temos muito a aprender se a nossa intenção for manter vivos o legado dos nossos ancestrais americanos e as belezas naturais espalhadas mundo afora.

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FONTEInformações do SaoRaimundo.Com
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