Se a teoria da conspiração era apenas ficção, na política do Piaui ela tem conotação bem real. Surgiu ontem, a informação de que a candidatura do deputado Hélio Isaias é fruto da vontade do próprio governador Wellington Dias, numa trama com o senador Ciro Nogueira.

Daí a inusitada intromissão do senador, juntamente com o presidente do PT, Assis Carvalho, na questão interna do legislativo, onde os dois se lançaram frenética e violenatmente contrários à candidatura do atual presidente Themistocles Filho.

Wellington sorri para Themístocles no encontro no Palácio de Karnak (Foto: Divulgação)

Ciro Nogueira tem dito que a ideia da candidatura adversária surgiu de Wellington Dias, mas havia problemas com alguns nomes. Cita, por exemplo, que o deputado estadual Wilson Brandão não seria aceito pelo PT, estranhamente, diz que seu colega de partido Júlio Arcoverde não serve para o cargo e, palavras dele “o Hélio eu finjo que é meu, mas o governador tem certeza que é dele”.

Tudo isso, se verdadeiro, só vem mostrar a insinceridade no trato político onde a palavra empenhada não vale nada. Ontem, enquanto se anunciava que Wellington Dias havia se encontrado com Themistocles e a ele prometido não se intrometer na eleição da Assembleia, a agenda do governador tem registrado encontros diários dele com os deputados estaduais.

Cada parlamentar que sai da audiência termina revelando que um dos assuntos tratados foi a eleição no legislativo sem, no entanto, declinar publicamente para quem o governador pediu votos. Intramuros, cada qual dá sua versão sobre os fatos.

Reforçando a tese da candidatura governamental de Hélio Isaias, Ciro Nogueira foi  manchete de portal da cidade dizendo que o deputado de São Raimundo Nonato já teria 20 votos, apostando no poder de convencimento do governador.

De outro lado, o deputado Júlio Arcoverde, que esteve com Wellington Dias no mesmo dia da recepção do governador a Themistocles Filho, chegou a revelar nos bastidores que o chefe do governo não havia prometido nada ao presidente, mas a ele, Júlio, declinou seu interesse pela eleição de Isaias.

Eleição das traições

Já não é segredo entre os deputados estaduais que o próximo pleito no legislativo será marcado pela traição, só que diferente da disputa entre Fábio Novo e Themistocles, dois anos atrás, onde 23 deputados discursaram, chegaram assinar documento de promessa de voto para Fábio e terminaram votando em Themistocles.

“Dessa vez, o traído será Themistocles”, disse um correligionário de Ciro Nogueira, quando um jornalista perguntou em quem o deputado Evaldo Gomes iria votar: “agora será contra Themistocles”, disse o mesmo parlamentar. Evaldo ficou marcado naquela eleição como traidor, ao ponto de o governador sair da sua serenidade habitual para execrar o deputado publicamente como o sujeito que não cumpriu o acerto pelo voto.

Por Arimatéia Azevedo Portal AZ

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