Alunos do Instituto Federal do Piauí (IFPI) realizaram nessa quarta-feira (1) uma Assembleia Geral para se manifestar e discutir o recente corte realizado pelo Ministério da Educação no valor de R$ 10 milhões, onde a instituição pode funcionar apenas até setembro deste ano. Outra pauta de discussão foi a PEC 206 que trata sobre a cobrança de mensalidades nas universidades públicas.
Na segunda-feira (30), o reitor do IFPI, Paulo Borges, divulgou uma nota explicando que a situação vai afetar os contratos de água, energia, limpeza, vigilância, cozinha, transporte e os demais serviços prestados pela instituição. Os estudantes decidiram se reunir na tarde dessa quarta-feira para se manifestar contra o corte de verbas realizado pelo governo federal. Muitos estão preocupados com a possibilidade não de poder concluir os estudos.
Segundo Antônio Victor, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes no Piauí (UNE-PI), o evento teve uma boa participação dos estudantes e de docentes, que decidiram realizar no próximo dia 9 de junho uma manifestação na cidade de Teresina, contra as recentes decisões do governo federal que afetam a educação.
“Foram feitos acertos para o dia 9 de junho, que será o dia de mobilização nacional pelo Fora Bolsonaro e também em defesa da nossa educação e a garantia dos nossos direitos, que estão sendo tão afetados por esse governo. Os alunos continuarão mobilizados aqui no IFPI e propondo plenárias, para se organizar no dia 9, e também conversando na comunidade do IFPI e chamando quem for possível para estar nesse ato. O nosso objetivo real é construir uma grande manifestação na capital, com apoio de vários vetores. Não temos ainda horário, mas a concentração será no campus de Teresina Central”, explicou.
Segundo Leandro Fontenele, membro do movimento estudantil do IFPI, o corte de verbas já está afetando o transporte gratuito realizado para alunos e docentes, além do funcionamento do restaurante.
“Esses cortes já estão gerando deficiência no funcionamento, porque aqui no IFPI já estamos sentindo na cozinha que estão diminuindo a quantidade de comida, em Picos e Parnaíba, os ônibus não estão saindo para pegar aos alunos e os professores, pois tem professores que dependem do transporte da instituição. Em Teresina os ônibus também não estão saindo. Os estudantes da zona Sul que iriam para o campus central, não vieram por causa da falta de ônibus, falta de combustível mesmo”, disse o estudante.
Além do corte de gastos, os alunos ainda criticaram a PEC 2016 que visa a cobrança de mensalidades nas universidades públicas.
“A educação tem que ser gratuita, de qualidade, e tem que permanecer pública, pois sai do nosso bolso, pagamos os nossos impostos. A educação não é esmola, é direito constitucional, e deve ser respeitado. Também teve a fala dos docentes [na assembleia], sobre como a escola deve ser, projeto de estado, como a educação reflete na sociedade, como faz com que o proletariado alcance níveis maiores na sociedade. Essa assembleia foi importante para a gente discutir isso e enfatizar que a educação tem que acontecer, tem que ser gratuita e que é um direito nosso”, destacou Leandro Fontenele.