A Serra da Capivara, no Piauí, impressiona pelo visual. É composta por rochas, cânions e platôs que foram formados pelo movimento das placas tectônicas há mais de 200 milhões de anos. O lugar é rico em beleza e história, abriga diversas pinturas rupestres nos sítios arqueológicos.
A singularidade desse ambiente atraiu o olhar da arqueóloga Niede Guidon. Filha de um francês com uma brasileira, nasceu em Jaú, na região Central de São Paulo, se formou na USP e aprimorou os estudos e pesquisas na França. Mas foi na Serra da Capivara que ela transformou a história e se tornou uma grande heroína.
Na década de 70 desbravou caminhos em busca de pinturas rupestres e vestígios da trajetória do homem pré-histórico que viveu nessa região. Aventureira, Niede chegou a percorrer até 100 quilômetros por dia para chegar a lugares pouco conhecidos no parque.
O esforço resultou em grandes achados de fósseis de pessoas, animais e ainda ferramentas usadas há mais de 50 mil anos. Os estudos comprovaram uma nova teoria da chegada do homem americano e revolucionou a história.
Aos 87 anos, Guidon comanda a fundação “Museu do Homem Americano”, além de realizar pesquisas e atender os visitantes da Serra.