Milhões de anos da história do nosso planeta já podem ser revistos num museu construído na região que concentra o maior número de sítios arqueológicos das Américas. 

O museu mais novo do Brasil tem forma de espiral e fica no meio da caatinga, coladinho ao Parque Nacional da Serra da Capivara, no sul do Piauí. A obra durou um ano e meio. 

O museu foi idealizado pela pesquisadora Niède Guidon. Ela é a líder de uma equipe que há mais de quatro décadas se dedica a encontrar riquezas arqueológicas na região. “A Serra da Capivara é uma região única no mundo e eu queira que tudo ficasse pronto para que as pesquisas continuem, para que essa maravilha da Serra da Capivara atraia turistas para cá, para garantir o desenvolvimento da região”, diz a arqueóloga. 

O museu usa uma série de recursos audiovisuais e de interatividade. A história do universo, dos animais e da vegetação é narrada a partir das grandes mudanças climáticas. 

“A ficha caiu para contar a história deste museu, no momento em que a gente entendeu que a natureza respeitava uma entidade ainda maior do que é, que era o clima. E entendendo que, a cada mudança climática, uns seres vão, outros seres ficam, e assim vai. E aí a gente se depara com uma conclusão para isso, de que nós estamos, exatamente nesse momento, vivendo mais uma mudança climática”, afirma Marcello Dantas, curador do museu. 

Em uma das instalações, o visitante pode observar detalhes de animais e de plantas. É uma sala dedicada à era glacial, porque – acredite – o Piauí, que hoje é considerado um dos estados mais quentes do Brasil, já foi um lugar gelado. Mais isso foi há milhões e milhões de anos. 

Numa das 12 salas do museu estão expostos fósseis de preguiças gigantes e também de felinos dente de sabre.

E que tal fazer um passeio por cânions, penhascos e apreciar a vegetação do Parque Nacional da Serra da Capivara? Isso só é possível por causa da tecnologia. Com óculos de realidade virtual e um equipamento que simula uma asa delta, essa aventura fica extremamente real. 

Feliz da vida e orgulhoso está o seu Francisco, com o museu do ladinho de casa. Ele foi um dos primeiros guias da arqueóloga Niède Guidon quando as inscrições rupestres da região ainda eram uma riqueza desconhecida do mundo. “Eu me sinto feliz, me sinto orgulhoso como se fosse eu que tivesse construído”.

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