Crise entre ACEs e Secretaria de Saúde escancara falta de comando na gestão do prefeito Rogério
Um grupo oficial de comunicação entre a Vigilância Epidemiológica e os Agentes de Combate às Endemias (ACEs) se transformou no epicentro de uma crise institucional que atinge diretamente a gestão do prefeito Rogério Castro. Em áudios enviados ao grupo, um agente recusou ordens da Secretaria de Saúde, acusou a pasta de perseguição política e favorecimento pessoal e afirmou de forma categórica que só obedeceria ao prefeito.
“Eu só saio daqui com ordens do Rogério”, disparou o servidor, deixando claro que a autoridade da secretária é ignorada um indicativo claro de que a cadeia de comando institucional está comprometida.
Nos áudios, o servidor lança:
“Uma secretária ruim pra trabalhar… Eu estou pra ver como coloca uma pessoa dessa pra trabalhar num lugar desse” e “A secretária quer ajeitar a amiga, quer deixar quem não sabe fazer o serviço e tirar quem sabe”. Em tom alto, afirma: “Vocês nunca viram o cão na terra, cês vão ver comigo”.
Essas falas, proferidas em um grupo institucional de trabalho, não apenas evidenciam um comportamento de insubordinação, mas revelam um cenário mais profundo: uma gestão municipal enfraquecida, onde os secretários não têm autonomia prática para conduzir as pastas que lhes foram atribuídas.
O episódio evidencia o que muitos já percebem nos bastidores: o prefeito Rogério Castro se apresenta como o único detentor real de poder, tornando-se o epicentro de todas as decisões. Quando servidores ignoram seus coordenadores e secretários, esperando apenas ordens do prefeito, fica evidente que não há descentralização, nem confiança na equipe técnica.
Se somente o prefeito é reconhecido como autoridade legítima, nenhum secretário conseguirá liderar com autonomia, muito menos garantir a eficiência que o serviço público exige. Essa centralização excessiva gera um efeito dominó de desorganização, desmotivação e perda de eficiência administrativa.
Quando o serviço público se transforma em campo de batalha interna ou mesmo fronte de guerra, a população é quem mais sofre.
