Semiárido explode em cores
O mês de julho começa a se esvair. As folhas já não se seguram nos galhos. A Caatinga, nosso patrimônio ambiental único no planeta, começa a sua mutação anual. As folhas começam a cair. Todo um universo verde viverá uma metamorfose de tons. No começo do processo o vermelho, amarelo e o laranja se destacam, mas o verde dos cactos permanece intocável.
Seus espinhos são técnicas que só a natureza explica para evitar a evapotranspiração. O amanhecer ilumina mais um dia na Caatinga. Hora de colocar o café no fogo e ouvir os passarinhos. Amanhã o espetáculo se repete até não sobrar mais cor. Todas as plantas ficam retraídas, secas, como um cinza russo nevado. Serão meses duros. Mas entre outubro e novembro, se tudo der certo, as chuvas voltam a pingar no chão deixando um cheiro agradável de poeira molhada no ar. A Caatinga renasce. Como tudo na vida os ciclos se repetem. Eu sempre estarei com o foco nessa transição. Ano após ano.





























